Livro 85 - A Garota Que Perseguiu a Lua (Sarah Addison Allen)


Sinopse: Emily Benedict foi para Mullaby, viver com o misterioso avô que ela nem sabia que existia, depois da morte de sua mãe. Ao chegar à cidade, ela percebe que a adaptação vai ser mais difícil do que ela imaginava: há papéis de parede que mudam de acordo com o humor, luzes estranhas que aparecem à noite no quintal e bolos que parecem espalhar esperança. Isso sem contar o fato de que sua mãe parece ter se envolvido em uma situação misteriosa quando ainda vivia na cidade, situação essa que faz com que Emily seja rejeitada por uma grande parte cidade... Junto com sua vizinha Julia, a garota decide descobrir o que exatamente aconteceu no passado, sem saber que descobrirá muito sobre si mesma no processo...

O que eu achei: comprei esse livro por ter me apaixonado pela capa - como sempre é - e depois descobri que a autora escreveu um livro que uma amiga minha já tinha dito ter gostado bastante... A leitura foi rápida e bem leve e, apesar de não desagradar, não foi um livro que mudou minha vida... A narrativa é em primeira pessoa e alterna os pontos de vista da Emily e de Julia, contando suas histórias e as histórias da cidade... Há um toque de magia na história, que me fez sorrir em vários momentos, e eu cheguei a ser levemente surpreendida por uma grande revelação mas, no geral, foi uma história bem simples, daquelas que passam por mim sem deixar vestígios...

Recomendo: ah, não sei. Não foi uma leitura ruim, sabe? Se alguém se interessar, leia! Quem sabe...

Livro 84 - Everything I Never Told You (Celeste Ng)


Sinopse: Lydia é a filha do meio de Marilyn e James Lee. Nos anos 70, a família deles é considerada não-tradicional: James é descendente de chinês, enquanto Marilyn é a típica garota americana. A família é isolada por ser diferente, mas Lydia parece ser a esperança dos pais: tem a ambição da mãe de tornar-se médica e é popular como o pai nunca foi. Quando ela é encontrada morta, porém, o delicado equilíbrio que mantém a família unida começa a sair do controle. De repente, tudo o que sempre pareceu verdade começa a mudar, tanto para Marilyn e James quanto para Nathan e Hannah, os irmãos de Lydia, acostumados a viver em suas sombras. A morte de Lydia trará à tona problemas, sentimentos e segredos com os quais os Lee serão obrigados a lidar, independente das consequências para a família...

O que eu achei: já faz um tempo que esse livro tem aparecido nas minhas buscas relacionadas, mas sempre estava em falta, então eu nunca conseguia comprar. Quando a oportunidade surgiu, eu não pensei duas vezes - e valeu MUITO a pena! A história alterna os pontos de vista dos Lee e vai montando um quebra-cabeças cheio de peças miúdas. A autora escolheu ir e voltar em diferentes momentos da vida da família e, aos poucos, vamos conhecendo motivações e personalidades e tentando entender, exatamente, o que aconteceu. É mais uma daquelas histórias em que ninguém é perfeito e todos têm algum tipo de culpa, sabe? Personagens que parecem gente de verdade em uma história que fala sobre ambição, preconceitos, solidão e outros temas do gênero... Foi uma experiência completa ler esse livro e uma experiência daquelas que a gente não esquece nem depois que o livro acaba...

Recomendo: sim, sim, sem dúvida! É um livro super intenso, uma história de família e de pessoas, mas que deve mesmo ser lida...

Título em Português: infelizmente, não foi lançado por aqui ainda...

Livro 83 - The Disenchantments (Nina Lacour)


Sinopse: Colby e Bev são melhores amigos desde crianças e, desde que entraram no Ensino Médio, têm um plano: viajarem por toda a Europa assim que se formarem, deixando a faculdade para mais tarde. A ideia é fazer um pequeno tour com a banda de garotas na qual Bev canta e, assim que realizarem todos os shows, pegarem o avião em direção ao sonho. O problema é que, assim que a turnê começa, Bev anuncia ao amigo: foi aceita na faculdade e vai começar o curso no tempo certo. Mas o show precisa continuar e enquanto segue com as amigas por pequenas cidades americanas, Colby precisa aceitar a distância imposta por Bev, os sentimentos que nutre por ela e o fato de não saber o que fará de sua vida quando o verão acabar...

O que eu achei: esse foi mais um livro que comprei empolgada pela narrativa da Nina Lacour e, uma vez mais, ela não me decepcionou. Dessa vez, o narrador é um garoto, o que é uma agradável surpresa, depois de duas narradoras bem fortes nos outros dois livros. Colby não decepciona, muito pelo contrário: ele me fez sentir todos os sentimentos do mundo pela Bev, desde a admiração, até o desejo platônico, passando pela raiva e pela frustração de a estar perdendo sem saber exatamente por que ou para que. A Bev, em comparação, mostrou-se uma personagem irritante ao extremo, mas acredito que essa é que era a intenção... As outras duas garotas da banda traziam uma brisa para o meio da tempestade causada pelos protagonistas e, por esse motivo, mostraram-se super bem vindas, em todos os aspectos. Mais uma vez, a Nina usa uma história simples para tratar de temas aparentemente complexos de forma leve, porém tocante ao mesmo tempo. Foi uma boa leitura, que fez com que eu desejasse que a Nina tivesse escrito mais, porque, sim, eu queria mais, muito mais...

Recomendo: Sem dúvida nenhuma! É uma literatura teen, é verdade, mas é tão mais do que isso... Vale a pena, meu povo!

Título em Português: infelizmente, a Nina não foi lançada em Português ainda... Mas ficarei de olho e dou notícias, se for o caso...

Livro 82 - No Coração da Floresta (Emily Murdoch)


Sinopse: A vida em um trailer abandonado, no meio de uma reserva florestal, fora do caminho de qualquer pessoa, é praticamente tudo o que Carey, uma jovem de 15 anos, se lembra. É uma vida difícil, sem luxos e com muitas situações complicadas, mas é o que ela vive desde os 5 anos. A única coisa que a mantém sã, porém, é a irmã Nessa que, aos 6 anos, depende dela para tudo, já que a mãe das duas é uma viciada instável que desaparece constantemente, deixando as duas para se virarem sozinhas... Até que um dia, depois de um sumiço mais longo, dois estranhos aparecem no trailer e levam as meninas para uma vida civilizada, de casa, cama, roupas e escola. É o momento de Carey enfrentar verdades de seu passado com as quais, talvez, ela não saiba como lidar...

O que eu achei: eu não sei, exatamente, o que me levou a comprar esse livro, mas ele apareceu como relacionado em uma das minhas compras, e chamou minha atenção por algum motivo. O livro é todo contado pela Carey e alterna o presente com flashes do passado, que acompanham as descobertas de Carey sobre sua história - e essas descobertas não são muito fáceis. Acabou sendo uma história sobre escolhas e sobre família e sobre uma jovem garota que teve que assumir responsabilidades de adulto muito cedo e que, dessa forma, perdeu muita coisa de si mesma. Não foi um livro que mexeu comigo de maneiras intensas, que mudou minha vida ou que entrou na lista de livros preferidos, mas foi um livro interessante, intenso, que me agradou, sim, em muitos aspectos.

Recomendo: sim. É um livro adulto, intenso e bastante complexo e, apesar de não ser o melhor livro da vida, merece ser lido...

Livro 81 - Hold Still (Nina Lacour)


Sinopse: Caitlin e Ingrid eram melhores amigas e compartilhavam tudo uma com a outra. Pelo menos era o Caitlin acreditava ser verdade. Agora, começando o ano escolar depois de perder a amiga para o suicídio, a garota precisará lidar com o vazio que Ingrid deixou em sua vida e com o fato de que, por mais que seja doloroso, a vida deve seguir. Quando Caitlin encontra, escondido em seu quarto, o diário de Ingrid, ela começará uma longa jornada em busca de respostas sobre a amiga e, principalmente, sobre si mesma...

O que eu achei: em julho, eu li um outro livro dessa mesma autora e me apaixonei tão perdidamente pela narrativa dela, que fui atrás de outras coisas que ela tivesse escrito. Deu um trabalho imenso encontrar os livros, eles tiveram que ser importados e demorou uma década, mas esse é o primeiro que chegou. E, ó, valeu MUITO a pena a espera... Enquanto o outro livro que li dela era mais leve - apesar de, mesmo assim, tratar de assuntos mais complexos - esse livro já se apresenta com uma intensidade diferente. O suicídio da Ingrid permeia toda a história e fica claro desde o início, então a gente já começa a história sabendo que a narrativa não vai ser leve. O livro é todo em primeira pessoa e dividido nas estações do ano desse primeiro ano da Caitlin sem a amiga. Ao mesmo tempo, porém, temos vários insights da Ingrid por meio do diário dela... O livro é cheio de altos e baixos, tem uns momentos bem tristes, mas é uma leitura muito, muito boa. Fiquei perto das lágrimas mais de uma vez, mas também ri alto em alguns momentos... A autora é bem sutil, tanto no drama quanto na alegria, e isso faz com que o livro se torne real e, dessa forma, absurdamente atraente... Mais um livro que entra na lista de livros preferidos, sem dúvida nenhuma!

Recomendo: sim, mas não para todo mundo. Suicídio é uma coisa delicada, eu sei, então quem ficar muito sensibilizado com isso, melhor fugir. Ao mesmo tempo, é uma visão bem interessante da vida de quem fica nesses casos... Sei lá, eu sei que eu amei...

Livro 80 - Uma Vez (Anna Carey)


Sinopse: Eva fugiu da Escola e buscou refúgio em um acampamento para mulheres, onde pretende viver uma vida tranquila. Infelizmente, as coisas não são tão simples quanto parecem e, levada por sentimentos com os quais não está acostumada, ela acaba caindo em uma armadilha e se vê vivendo uma outra vida, na Cidade de Areia, cercada de vigilância... Uma vez mais, a garota se encontrará diante de situações complicadas e terá que tomar decisões que mudarão não apenas a sua vida, mas a de muitos ao seu redor...

O que eu achei: claro que tive que ler os dois livros em um fôlego só, porque odeio suspense - o terceiro já saiu lá fora, mas não sei se tem previsão aqui, preciso investigar. Uma vez mais, o livro é narrado pelo ponto de vista da Eva que, se está em segurança no comecinho do livro, logo vai estar em uma confusão ainda maior do que a primeira... Esse livro apresenta novos personagens e, mais importante ainda, apresenta novos rumos bem surpreendentes para a história... Eu gostei bastante da maneira como a autora cria a narrativa, dando suspense nos momentos certos, mas sem se estender demais nos mistérios. É verdade que, em alguns momentos, ela usa as saídas mais fáceis e mais óbvias para resolver determinados problemas, mas nada que comprometa a história, como um todo...

Recomendo: sim, sim! Fãs de Jogos Vorazes, Divergente e Seleção vão, com certeza, adorar.

Livro 79 - Eva (Anna Carey)


Sinopse: Em um futuro distópico, uma praga assolou o mundo, matando milhões de pessoas. Aos poucos, os sobreviventes reconstroem nações, tentando recuperar o tempo perdido. Onde um dia foram os Estados Unidos, surge a Nova América. Nessa nova nação, meninos e meninas vivem segregados: os meninos são enviados para campos de trabalho, para a reconstrução das cidades perdidas com a praga. Já as meninas, são colocadas nas Escolas, onde estudam para tornarem-se importantíssimas na reconstrução da nação. As aparências, porém, enganam e Eva perceberá isso um pouco antes de deixar a escola, aos 17 anos, para seguir seu destino. Ao descobrir o que lhe espera, a garota, uma estudante destaque, foge da Escola e sai em busca de um acampamento para órfãos fugitivos... No caminho, porém, ela viverá situações para as quais não está preparada e será obrigada a tomar decisões que mudarão sua vida para sempre...

O que eu achei: comprei esse livro por causa da capa - tenho uma queda por protagonistas ruivas, então não tinha como fugir - e não me arrependi. A premissa é bem parecida com tantas outras distopias: uma jovem que, de repente, passa a questionar a organização social do mundo em que vive e, por isso, passa a ser obrigada a enfrentar perigos e a lutar batalhas para as quais não está preparada. O fato é que muitos desses livros, apesar de semelhantes, tornam-se diferentes em seus personagens e a Eva se destacou e transformou o livro... O que eu achei bem interessante é que ela é uma personagem altamente ingênua: criada entre mulheres, ela foi educada para temer e odiar os homens que, segundo suas professoras, não podem oferecer nada de bom para as mulheres. Até mesmo as histórias clássicas da literatura eram contadas de maneira tendenciosa na Escola, para que as meninas enxergassem os homens como seres perigosos e maldosos, por princípio. E então Eva é jogada no mundo e, obviamente, encontra-se com garotos e contra garotos e em situações das mais absurdas... E o que me surpreendeu foi a maneira como ela foi crescendo e se adaptando às situações. É claro que ela tem atitudes que me dão vontade de chutá-la, mas na maior parte do tempo, ela cresce e se adapta e vai ganhando minha admiração...

Recomendo: sem dúvida! Os fãs de distopias vão adorar, com certeza!

Livro 78 - Ainda Estou Aqui (Marcelo Rubens Paiva)


Sinopse: Em 1971, durante a Ditadura Militar Brasileira, o deputado cassado Rubens Paiva foi preso e nunca mais voltou para casa. Sua mulher, Eunice Paiva, ficou numa espécie de limbo, nem viúva e nem casada, com cinco filhos para criar e um medo constante do que poderia vir. Voltou a estudar, criou sua família, sem nunca esmorecer. Atualmente, trava sua última batalha: contra o Alzheimer. Seu filho, Marcelo Rubens Paiva, conta sua história, para deixar bem claro quem é sua mãe e a importância que ela teve, e ainda terá, em sua vida...

O que eu achei: já li Marcelo Rubens Paiva, mil anos atrás, em seu clássico Feliz Ano Velho (preciso reler, inclusive). Curti a narrativa dele, a escolha de palavras, a construção do enredo... A forma como ele é ácido para ser realista, sem ser exagerado... Sei que ele tem outras obras, mas nunca parei para lê-las, por mil e um motivos. Dia desses, estava navegando em busca de novas compras, quando esse livro apareceu e me bateu uma necessidade extrema de lê-lo. A verdade é que a ditadura é um período da nossa história que me interessa muito e se eu já tinha curtido o lado biográfico de Feliz Ano Velho, porque não tentar novamente? E, felizmente, não me arrependi. Da mesma forma que ele já fez antes, Marcelo não está simplesmente compartilhando memórias romanceadas. Ele reflete, ele analisa, ao mesmo tempo em que conta sua história, sabe? Então a leitura não é apenas uma leitura, é uma reflexão mesmo, sobre tanta coisa... No caso desse livro, é interessante ver a maneira como a ditadura moldou as relações familiares da família Paiva, principalmente sua mãe, que nunca mais foi a mesma mas que, ao mesmo tempo, não perdeu a identidade. Mudam as pessoas, muda a vida, ficam as marcas, os questionamentos. Por que tanta crueldade? Rubens Paiva foi preso sem grandes explicações, sua mulher e uma de suas filhas também. Eunice foi solta alguns dias depois, com a promessa de que o marido também seria, mas ele simplesmente não voltou para casa e os militares contavam diversas histórias diferentes sobre seu paradeiro. Para que tudo isso? Esse livro mostrou-se uma história sobre as injustiças da vida... Aquelas causadas pelo homem ou pelo acaso - como a doença de Eunice, bem na época em que a Ditadura começa a ser colocada em xeque pela Comissão da Verdade... É uma história verdadeira, forte, tocante, emocionante. Que vale a pena ser lida.

Recomendo: sem dúvida! Não tem absolutamente NADA a ver com o que eu leio normalmente, mas é um livro fantástico para qualquer pessoa que se interesse por história do brasil...